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domingo, 5 de janeiro de 2014

Fim de linha.

Aqui estás tu a chegar ao fim da tua caminhada.
Já não te consegues levantar,já tenho de te dar a comida à boca,já só consegues beber por uma palhinha,a fralda que eu fui adiando,adiando com receio das feridas já é inprescendível.Resta um pouco de memória e aquele sorriso malandro que esboças de vez em quando,misturado num esgar de dor.Sinto-me incapaz por não conseguir adiar nada,mas também sinto que não capaz de enfrentar uma situação de ter de te levar para algum sítio onde possam dar-te os cuidados que eu não sou capaz de te proporcionar.Sinto-me perdida pai.Sempre disse que enquanto pudesse seria eu a cuidar de ti,mas vejo hoje que não sou capaz.Só te peço que me perdoes pai,mas preciso de ajuda para te poder continuar a dar tudo aquilo que necessitas com a dignidade que mereçes.
Amo-te pai.

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